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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Violões que Choram...




Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
noites de solidão, noites remotas
que nos azuis das Fantasias bordo,
vou constelando de visões ignotas.
Sutis palpitações à luz da lua
anseio dos momentos mais saudosos,
quando lá choram na deserta rua
as cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
quando os sons dos violões nas cordas gemem,
e vão dilacerando e deliciando,
rasgando as almas que nas sombras tremem.
Harmonias que pungem, que laceram,
dedos nervosos e ágeis que percorrem
cordas e um mundo de dolências geram,
gemidos, prantos, que no espaço morrem...
E sons soturnos, suspiradas mágoas,
mágoas amargas e melancolias,
no sussurro monótono das águas,
noturnamente, entre ramagens frias.
Vozes veladas, veludosas vozes,
volúpias dos violões, vozes veladas,
vagam nos velhos vórtices velozes
dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.

2 comentários:

  1. Acabo de descobrir este blog. Belíssimo repertório o senhor tem apresentado. Erudito, me parece. Contraditório às vezes. Assim é nossa caixola, não?
    Segui-lo-ei.
    Exigo comprometimento.

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  2. Muito obrigado pelo comentário.
    É do leitor que o autor vive, ainda que este blog esteja mais para uma colagem
    Por outro lado, a contradição é a base do pensamento livre nestas nossas caixolas.

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